Cavalos errantes destroem culturas
Galopam como se não houvesse amanhã. Hoje estão aqui, amanhã ali. Sem dono nem estábulo vão onde querem e quando querem. Não trazem nada, não levam nada. Julgam-se donos do mundo só porque podem o que nunca ninguem pode. Sem responsabilidades e com todas as regalias sem custos nem penalizações.
Visitam culturas e tiram selfies junto de monumentos antigos que destroem sem saber que o fazem. Comem como se estivessem em casa e julgam-se criticos de culinária. Falam uma língua universal e dizem-se poliglotas.
A cultura que todos procuram é a cultura dos sedentários. Daqueles que fazem o que todos faziam antes de se fazer o que se faz hoje. A cultura que todos vêem é a cultura dos cavalos errantes que vêem fazer aquilo que eles mesmos fazem hoje, seja onde for o destino da última fotografia que colocam nas redes sociais.