Sai!
Ouço-te. Ouço a tua voz. Uma melodia suave, quase inaudível. Às vezes quase nem distingo as palavras mas sei o que queres dizer. Sei tudo aquilo que vais dizer mesmo ainda antes de ouvir o som da tua voz.
Dizes-me o que ninguém tem coragem de me dizer. Falas para mim com uma confiança extrema, com uma certeza anormal. E eu tenho de te ouvir. Por muito que grite, por muito que tape os ouvidos a tua voz permanece inalterada. Sempre no mesmo tom suave.
Peço-te. Imploro-te. Cala-te uns momentos. Deixa-me pensar. Deixa-me viver. Deixa-me ser normal por um dia que seja. Deixa-me ao menos dormir uma noite. Por favor, sai da minha cabeça!